Vem aí meu mais novo romance

No primeiro livro, “Quando se (des)encontra o amor”, mergulhamos na vida de Catarina e testemunhamos as tragédias que a assombraram até o momento em que ela decide mudar o rumo de sua vida.

Agora, no aguardado segundo livro da duologia, “Enfim, o amor!”, acompanhamos novamente os passos de Catarina, enquanto ela busca reconstruir sua vida em uma cidade nova, imersa em um ambiente completamente diferente.

Para começar do zero, Catarina se hospeda na casa de uma família, mas rapidamente percebe uma dinâmica completamente diferente daquela à qual estava acostumada na casa de seus pais. A incerteza e a apreensão tomam conta dela, mas nada a impede de perseguir seu objetivo de seguir em frente e conquistar independência tanto emocional quanto financeira.

Seu primeiro passo é conseguir um emprego, uma conquista alcançada com a ajuda de uma amiga. A partir desse momento, ela se vê envolvida com pessoas totalmente distintas, estabelecendo novas amizades que terão um papel crucial em sua jornada cheia de surpresas. E, nesse cenário, Catarina se depara com a possibilidade de vivenciar um amor inédito.

Será que Catarina conseguirá conquistar sua independência emocional e financeira na nova cidade que escolheu chamar de lar?

Após tudo pelo qual passou, será que ela permitirá a si mesma viver um novo amor?

E, finalmente, ela alcançará a felicidade tão almejada ou estará destinada a mais sofrimento?

Em “Enfim, o amor!”, mergulhe em uma trama irresistível e emocionante, repleta de reviravoltas e descobertas. Prepare-se para torcer por Catarina enquanto ela trilha seu caminho incerto em busca de uma nova vida repleta de possibilidades e, quem sabe, o verdadeiro amor.

Obs.: O livro estará disponível para venda a partir de dezembro 2023.

Alucinação

No meu aniversário, combinamos de nos encontrar no parque. Nesse dia tínhamos direito a fazer uma loucura. A minha foi visitar uma caverna. O céu estava claro. Sol forte. Nos encontramos no portão principal. Nosso guia nos conduziu. Sim, parecíamos pessoas confiantes, mas éramos uns medrosos.

Caminhamos por lugares inóspitos, no meu ponto de vista, porque para o guia tudo era uma maravilha. A cada planta diferente, ele parava para nos contar sobre ela e, às vezes, nos fazia experimentar.

Enfim chegamos, e começamos a adentrar na caverna escura e de repente nos vimos escorregando por um limbo que nos levou ao fundo, a mais de 10 metros da entrada. Então vi uma mulher de cabelos longos esvoaçantes, que iam até os joelhos. Falava uma língua diferente que eu não consegui identificar. Cláudio e o guia estavam desmaiados. Eu, um pouco tonta. Ela me pegou no colo, voou comigo para a entrada da caverna, depois fez o mesmo com meus amigos. Nos acomodou, cantou uma canção parecida com um canto gregoriano e eu adormeci. Quando acordei estávamos longe da caverna, na trilha por onde passamos. Somente eu a vi. Não sei se aconteceu ou foi efeito da planta que comi.

Nilsa M. Souza

Publicado na Revista RMC

Meu novo livro

Não conte a ninguém sobre nós, Nilsa M. Souza

Maribel e Tomás desembarcam no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde terão algumas semanas de atividades intensas. Ela, uma pintora emergente, está preparando uma exposição com suas telas; o marido, um empresário pecuarista bem-sucedido, que a acompanha em todas as viagens. Juntos eles usam suas atividades como fachada para encobrir o real objetivo de suas vidas: um projeto que ajuda mulheres vítimas de violência doméstica.

Por estarem habituados a ajudar pessoas que precisam dos seus serviços, eles já têm o plano traçado, precisando apenas de algumas adaptações rápidas. No entanto, ao conhecer Angelina, eles se deparam com uma cliente nada convencional, arredia, cheia de dúvidas e que questiona o plano a ser executado.

Essa nova realidade provoca em Maribel e Tomás uma reflexão, fazendo com que questionem sobre o que estão fazendo e sobre qual futuro querem ter. Será que eles conseguirão adaptar o plano para ajudar Angelina?

E quanto ao futuro, qual será a decisão do casal? Diante de tanto amor e sofrimento, essas vidas entrelaçadas nos põe diante do melhor e do pior que cada ser humano pode trazer dentro de si.

Aviso : esse livro contém cenas de violência doméstica.

Em financiamento coletivo pelo Catarse.me

Pelos canais de Veneza

Pelos canais de Veneza

Estávamos em viagem de lua de mel em Veneza. Chegamos no fim da tarde e depois de descansar, fazer amor e dormir, nosso primeiro compromisso, depois do lauto café da manhã, foi o passeio de gôndola.

A empolgação era tanta que chegamos bem cedo. Queria me encantar com aquela beleza, antes vista apenas nos filmes. Era tudo tão deslumbrante que não percebi que o nosso gondoleiro era diferente. Estava de boné amarelo com uma listra vermelha, jaqueta e calça jeans; diferente dos outros que estavam de camisa listrada e chapéu. Mesmo assim, estava achando tudo fabuloso, simplesmente encostei-me no ombro do meu marido para desfrutar da navegação.

Seguíamos tranquilamente quando de repente ouvimos alguém gritando com o nosso gondoleiro. O homem estava na margem do canal e gesticulava. Parecia ofender nosso guia, que não estava gostando dos gritos. Em seguida, nosso mundo mudou. Uma minhoca gigante se levantou do canal e virou o nosso barco. Nosso timoneiro pulou em cima dela e lhe injetou, com uma espécie de seringa, um líquido verde e ela caiu.

Descobrimos mais tarde que fomos usados como isca na armadilha para pegar o tal animal marinho que estava naquele canal. Nunca mais fomos à Veneza.

Nilsa M. Souza

Publicado na Revista RMC

A sedutora

— Ontem cheguei em casa, tinha uma cesta com bolo e café para mim.

— Que bom! Se uma mulher te oferece algo, você aceita.

— Para ela me manipular? 

— Como assim, cara?

— Na semana passada, quando cheguei em casa, ela me chamou de fofo.

Seu amigo riu.

— Pois é! Olhe para mim. Sou tão magro que meus ossos chegam a ser salientes. Como ela pode me chamar de fofo?

— Talvez ela quisesse apenas te agradar.

— Mas eu nunca gostei de mulher desse tipo — disse colocando a mão na cintura e piscando repetidamente, tentando fazer um estilo sedutor.

O amigo gargalhou como se estivessem fazendo cócegas nele.

— Você acha isso engraçado? Vou te contar mais uma coisa que aconteceu e que até agora eu não sei o que pensar. Outro dia cheguei em casa, ela estava no quarto e me chamou. Assustei-me, mas fui até lá. Quando entrei a vi vestida de femme fatale, esparramada na cama, fazendo caras e bocas.

— Pelo que percebo você está sendo neurótico e exagerando. O que há de errado com isso? Você a conhece e sabe que ela não é assim. Ela é sua mulher e te ama.

— Não! Estou falando da minha vizinha. Aquela louca desvairada!

Nilsa M. Souza

Publicado na Revista RMC

CNPI – Centésima Nave Prisional Intergaláctica

— Gritar, cuspir… tinham que ser humanóides!

— Como assim? Humanóides?

— Sei lá, é uma palavra que ouvi nas ondas galácticas de Pandora. Não sei o que significa.

— Ah! O que faremos com estas bestas?

— Eles são de um planetinha do sistema solar imagino que saibam fazer alguma coisa útil — disse Cangrdi apontando para o vidro na parede, de onde os viam gritando, xingando e cuspindo como se fosse um ator de novela que acha que o talento se mede com o tanto de cuspe que solta enquanto declama sua fala.

— Eles parecem inúteis. Não são como Dragnils que em um terço do tempo já teriam construído vinte e dois mil ataques a cybercafés de pelo menos seis dúzias de galáxias.

— Usando só o terceiro olho.

— Esses aí não têm a menor chance.

— Espere! Ela está enxugando as lágrimas dos outros.

— Ela se preocupa… e estão se abraçando.

— É, mas ouvi dizer que são insensíveis e que não ligam para poesia.

— Mas parece que ligam. Venha, vamos descobrir mais sobre isso.

Alguns anos-luz depois o planeta Cetimanteuno estava povoado e todos vivendo em pleno amor enquanto declamavam suas poesias.

Encontro macabro

Ela saiu do carro e bateu a porta. Ele não entendeu o que havia de errado. Estavam em um ótimo início de encontro e como prometido ele a estava levando para um jantar romântico. Será que ele havia dito algo que a magoou de alguma maneira?

— Oi, está tudo bem?

Nenhuma resposta. Ela simplesmente continuava a andar. Então, ele encostou de leve em seu braço, na esperança que ela parasse e explicasse.

— Ei, o que há de errado? Eu fiz alguma coisa que te magoou?

Ela parou e deixou que ele visse seu rosto cheio de lágrimas. Aquilo o apavorou. Ele franziu a testa e emudeceu. Pelo visto era bem pior do que ele imaginava. Esperou.

— Não é você. Sou eu.

Aquilo soou muito esquisito. Se ela queria dar o fora nele não precisava ter saído para jantar. E além do mais nem ao menos haviam entrado no bistrô. Estavam do lado de fora com uma plateia os espiando.

Ela chegou de mansinho. Colocou a mão em seu rosto.

— Eu sinto muito. Achei que estava livre da maldição. Se meu namorado, no primeiro encontro, me trouxer nesse lugar, ele morrerá.

Não houve tempo, pálido, caiu morto.

Nilsa M. Souza

Miniconto publicado na revista RMC

Dragão devorador de almas

Eu estava no mesmo lugar que ele e de repente puf, ele sumiu. Não podia acreditar. Como alguém some diante dos nossos olhos? Procurei um alçapão, uma corda, uma janela, algo que pudesse me indicar que havia um esconderijo secreto, porém não encontrei. Minha frustração só aumentava. Como me livrar do dragão devorador de almas. 

Ouvi uma abelha zunindo no meu ouvido. Bzzz! Mas que droga! Isso é hora de aparecer um inseto. Eu me agitava e balançava as mãos diante daquela criaturinha tentando me livrar dela, sem sucesso. Eu precisava voltar a procurar meu marido e sair daquele lugar. Estávamos presos, mas eu não tinha perdido a esperança.

Pronto! Tirei o sapato e o segurei firme. Preparei-me para derrubar a maldita abelha. Levantei o braço bem devagar e esperei que ela vir em minha direção. Bzzzt! Ela ficou fora do alcance da minha mão, parada olhando fixamente para mim. Parecia querer dizer-me algo. Dei um passo à frente e a acertei. Paft! A abelha foi ao chão causando um enorme estrondo. Crash! Quando vi não era o inseto, mas sim meu marido, atordoado, todo machucado, estendido ali no chão e na parede o Dragão pronto para nos engolir. Clomp!

Nilsa M. Souza

Miniconto publicado na revista RMC

Bodas de Ouro

— Quando o conheci o achei lindo, se destacava dos demais. Seu sorriso torto era um charme à parte. Ele não falava muito, mas quando ficamos a sós ele esboçou seu sorriso galanteador e me convidou para dançar. Foi naquele momento que eu soube que meu coração havia sido capturado pelo amor.
— Eu podia me destacar fisicamente, mas por dentro eu era como qualquer um. Inseguro, se tratando de garotas, mas fingia que não era. Eu a convidei porque já estava de olho nela desde a primeira vez que a vi junto com sua família no chá das cinco no salão principal do Clube dos Ingleses. Encantava-me a maneira que ela levava a mão aos cabelos para colocá-los atrás da orelha, liberando assim sua face rosada.
— Depois de mais de cinco décadas ainda me encanto com seu sorriso.
— E eu com seu gesto peculiar.
— Foram anos maravilhosos.
— Eu digo o mesmo. Fui feliz a cada momento e quero ter ainda muitos anos com você ao meu lado.
— Feliz Bodas de Ouro, meu amor — disseram em uníssono.
Beijaram-se ternamente ao som dos aplausos dos convidados que se emocionaram com a linda história de amor.

Nilsa M. Souza

Miniconto publicado na revista RMC

Pela toca do coelho

Antologia idealizada pela Cartola Editora que está em financiamento coletivo pelo Catarse.me.

Neste projeto, histórias inéditas de autores contemporâneos inspirados na obra de Lewis Carroll. O livro Pela Toca do Coelho conta com 27 novas aventuras de Alice no País das Maravilhas. Além das aventuras inéditas, tem ainda ambos os livros: Alice no País das Maravilhas Alice Através do Espelho, com tradução e adaptação de Monteiro Lobato, em versão única em um livro vira-vira, com ilustrações do inglês John Tenniel.

E, é claro que tem um conto meu nessa antologia!

Acesse cartase.me/tocadocoelho para fazer o seu apoio.